NOTÍCIAS



Fundação Hospitalar São Francisco de Assis se pronuncia sobre difícil situação financeira

14 de Dezembro de 2022

Segunda maior instituição filantrópica, 100% SUS, de Belo Horizonte está lutando para não fechar uma de suas unidades, no bairro Santa Lúcia.

 

A Fundação Hospitalar São Francisco de Assis, segunda maior instituição filantrópica, 100% SUS, da capital, está enfrentando uma delicada situação financeira nos últimos meses. O Hospital, que possui duas unidades em Belo Horizonte e uma no município de Contagem, vem acumulando déficits mensais, o que põe em risco uma de suas unidades, localizada no bairro Santa Lúcia, região Centro-sul da cidade, e responsável pelo maior serviço de Ortopedia do Estado.

Diante das especulações da sociedade, dos próprios colaboradores, de sondagens feitas pela imprensa e pela referência sobre sua situação em audiência pública na ALMG, a instituição opta por esclarecer, oficialmente, sobre as circunstâncias em que se encontra.

A situação trazida pelo pós-pandemia, com a inflação e falta de insumos, impôs à instituição um aumento significativo de materiais e medicamentos. No mesmo período, os repasses recebidos pela prestação de serviços, que já eram insuficientes para cobrir os gastos, não sofreram reajustes necessários para recomposição dos valores gastos.

A FHSFA tem feito tentativas de renegociação para aumento dos repasses, há mais de um ano, com a demonstração dos prejuízos mensais. Os estudos de viabilidade indicam que, se não houver a cobertura total do valor necessário, a desativação da Unidade Santa Lúcia, com a transferência de alguns leitos para a Unidade Concórdia, diminuirá a necessidade do reforço de orçamento e chegará a um patamar aceitável para melhor equilíbrio das contas e sobrevivência de toda a Fundação. Porém, para os Conselhos e as Superintendências da instituição, a primeira escolha e todos os esforços são para a manutenção de todas as suas unidades sem a necessidade de fechamento dos leitos, mas neste momento não depende só de sua gestão.

Este ato, que provoca a diminuição de postos de trabalhos e, consequentemente, de assistência à população é algo que muito entristece a FHSFA. Entretanto, se não houver aumento dos recursos ou esta atitude para a otimização da operação, o prejuízo poderá ser muito maior e ter impacto em toda instituição.

Para se ter uma ideia de sua importância, atualmente a Fundação mantém 397 leitos de internação, sendo 70 leitos de CTI, e mais de 1.700 colaboradores, que prestam serviços hospitalares e cirúrgicos de alta, média e baixa complexidade em 34 especialidades. Somente em 2021, foram realizadas 9.319 cirurgias, 12.846 internações, 29.109 sessões de hemodiálise, 36.636 consultas, dentre outros milhares de procedimentos médicos. A instituição é, ainda, referência no Estado em Ortopedia, com mais de 3,5 mil procedimentos realizados.

“Entramos, em 2010, para intervir e evitar o fechamento deste hospital, de lá para cá, evoluímos muito a nossa gestão. Tanto que nos tornamos referência em várias especialidades de alta complexidade, o maior serviço de Ortopedia do Estado e, durante os três anos anteriores à pandemia da Covid-19, o maior serviço desta especialidade no Brasil. Sempre convivemos com as dificuldades financeiras, mas após todo o trabalho dedicado ao tratamento do Coronavírus – o qual fomos o primeiro hospital a se preparar e ser referenciado para atendimento pela PBH – não conseguimos recompor os altos valores dos insumos no mercado, o que tem nos imposto medidas cada vez mais austeras, para que, nunca mais, vejamos o São Francisco na mesma situação em que o encontramos no início da década passada”, diz o Superintendente Geral da FHSFA, Dr. Helder Yankous.